Os sintomas do diabetes gestacional, principalmente a sede, cansaço, pressão alta e o ganho de peso, aparecem por volta do segundo trimestre. E agora, o que fazer?
A gestação é um momento único na vida da mulher e o segundo trimestre geralmente é o mais tranquilo, em que os desconfortos iniciais já passaram, a barriga ainda não está pesada. Por isso, este costuma ser um período conhecido como a “lua de mel’.
No entanto, para algumas gestantes este período pode vir acompanhado do diagnóstico de Diabetes Mellitus Gestacional (DMG) que é caracterizada por hiperglicemia, ou seja, aumento de glicose no sangue.
Além da hiperglicemia, o que caracteriza o diabetes gestacional?
O diagnóstico é feito entre 24 e 28 semanas de gestação através do TOTG (teste oral de tolerância a glicose). O sangue é coletado em três momentos: no jejum, 1h e 2h após a ingestão da glicose, para verificar seus níveis séricos. Se um ou mais parâmetros estiverem alterados caracteriza o diagnóstico de diabetes gestacional.
Em uma parcela menor de gestantes, este quadro de diabetes gestacional pode ser diagnosticado ainda no início da gestação, caso a glicemia de jejum seja ≥ 92 em dois exames consecutivos.
O que pode causar o diabetes gestacional?
Alguns fatores como idade materna, sobrepeso e obesidade, ganho de peso durante a gestação, síndrome do ovário policístico, hipertensão arterial, gestação múltipla e histórico familiar de diabetes são considerados fatores de risco para a diabetes gestacional.
Quais as consequências do diabetes gestacional?
Essa condição da gestante pode levar ao parto prematuro, ao nascimento de bebês com crescimento fetal excessivo (macrossomia fetal) e à obesidade, além de diabetes na vida adulta.
Quando o diagnóstico de diabetes gestacional se confirma, o que fazer?
Não se desespere! A gestante deve ser acompanhada pelo obstetra e também por um nutricionista especializado, para realizar os ajustes na sua alimentação.
As estratégias para o tratamento do diabetes gestacional, devem ser:
- Controlar o ganho de peso materno;
- Fracionar as refeições ao longo do dia (5 a 6 refeições/dia);
- Dar preferência aos carboidratos integrais e de baixo índice glicêmico;
- Consumir castanhas e oleaginosas;
- Aumentar o consumo de fibras (um bom prato de folhas verdes e vegetais coloridos no almoço e jantar);
- Evitar açúcares de todos os tipos. Alguns adoçantes podem ser utilizados, mas o seu paladar também pode ser treinado para não adoçar e com isso também apresentar ao bebê um sabor menos doce através do líquido amniótico.
O uso do diário alimentar associado ao controle glicêmico (geralmente solicitado pelo médico) auxilia para que sejam feitos os ajustes dietéticos necessários.
Alguns fatores como mastigação, como, onde e por que se come podem ser monitoradas pelo diário alimentar, em consultas periódicas com o nutricionista. Além disso, outras práticas da nutrição, como o comer com atenção plena podem ser aplicados.
Entretanto, outros aspectos do estilo de vida da gestante, podem contribuir para melhoria do quadro do diabetes gestacional, tais como:
- qualidade do sono
- atividade física regular
- regulação do estresse
Todos estes fatores podem estar relacionados positivamente com o controle da glicemia durante a gestação.
Uma coisa é certa: sintomas do diabetes gestacional precisam ser investigados e acompanhados no seu pré-natal, pelo seu obstetra e seu nutricionista especializado no assunto.